VOCÊ SABE O QUE É ESG?
QUAL A IMPORTÂNCIA PARA A CONTINUIDADE DOS NEGÓCIOS?

Por: Luis Filipe Sousa Dias Reis – CEO da PGP Consult 

Já ouviu falar em ESG (Environmental, Social and Governance)?

Estes critérios vêm ganhando cada vez mais adeptos no Brasil, especialmente entre aqueles que desejam investir em empresas comprometidas com o desenvolvimento sustentável .
Ao combinar análises ambientais, sociais e de governança, o ESG representa uma forma consciente de investimento que não se limita unicamente à obtenção do lucro. A sua abrangência é maior e se relaciona, também, com o atendimento aos Objetivos do Milênio definidos pela ONU.
De acordo com nossa percepção, o ESG ou ASG em português (Ambiental-Social-Governança) pode representar uma excelente ferramenta para evidenciar o envolvimento e comprometimento das empresas e entidades públicas, como por exemplo as Prefeituras Municipais, com a Sustentabilidade.
ESG é uma sigla proveniente do termo em inglês “Environmental, Social and Governance” e refere-se aos critérios ambientais, sociais e de governança corporativa colocados em prática e mensurados pelas empresas.
Será que a onda do ESG é um novo modismo do mundo empresarial? NÃO, acreditamos que não seja.
Se repararmos nas mudanças que veem ocorrendo no mundo dos negócios e das empresas e nas enormes pressões exercidas pela sociedade nos aspectos ambientais, sociais e dos próprios modelos de governança existentes, facilmente concluiremos que esta onda nada tem de modismo, antes pelo contrário ela veio
para definir e influenciar os modelos de gestão empresarial que visem a minimização dos impactos ambientais e a potencialização dos impactos sociais (Responsabilidade social empresarial) e a implementação de modelos de governança corporativa que entre outros aspectos inviabilizem questões de
corrupção, falsificações, fuga a impostos, etc.

Assim, e considerando a importância e o amplo impacto proveniente desses critérios, o ESG constitui um fato de análise por parte dos consumidores e investidores na hora de optar por produtos, serviços ou ações nas quais investir. Por outras palavras, ele representará um diferencial empresarial evidenciando o
forte comprometimento e envolvimento com os conceitos da Sustentabilidade empresarial.

Como o ESG surgiu e para que serve?

O termo ESG está relacionado com a sigla SRI (Socially Responsible Investing), traduzida como investimento socialmente responsável.
“O ESG foi criado como uma métrica para avaliar o desempenho das empresas nesta nova conjuntura.”
O termo ESG foi usado pela primeira vez em 2004, em um informativo do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial. Foi apenas em 2020, no entanto, que o conceito se popularizou, após a União Europeia publicar uma diretiva incentivando a adoção dessas políticas para os países do seu grupo. “O ESG não é um produto ou classe de ativos, é um critério de análise e um novo olhar na decisão por um investimento”.
Qual a importância do ESG? A implantação e implementação dos critérios de ESG vão impactar não somente
a organização que os coloca em prática, como, também, os cidadãos, independentemente do local onde estejam, isto é, quer residam no Brasil ou em qualquer outro ponto do planeta.
Vejamos a importância dos critérios para cada uma as partes envolvidas.
Assim:
Para as Empresas
Para as empresas o ESG é muito mais do que “boas práticas” a serem seguidas. Os critérios são, na verdade, indicadores e métricas que influenciam diretamente nos seus resultados e evidenciam o seu compromisso com a redução de emissão de GEE’s e com o Desenvolvimento Sustentado. Para os Cidadãos
a implementação dos critérios do ESG influenciam diretamente na qualidade de vida da sociedade no que se refere, diretamente, a aspectos ambientais, sociais e/ou mesmo de governabilidade das empresas.
Assim, os stakeholders passam a levar em conta práticas como:

  • Ambientais: compromisso da empresa com redução de
    desperdícios, emissão de gases carbonos, poluição, e ações em
    prol da reciclagem, reutilização de materiais e insumos, entre
    outras;
  • Sociais: ações em prol da diversidade e erradicação de
    discriminação, assédio e diferença salarial entre gêneros, ações
    visando beneficiar a comunidade local, entre outras;
  • Governança: organização de conselhos, estruturação e hierarquia
    da empresa, criação de políticas internas e canais de denúncia,
    entre outras.

E – Environmental (Ambiental): Como a empresa gera suas emissões de gases de efeito estufa, o consumo de recursos naturais, como água e energia, a produção e descarte correto de resíduos, entre outros fatores.

S – Social: Como a empresa lida com os direitos e desenvolvimento dos colaboradores, garante a segurança no trabalho, promove a diversidade, se relaciona com a comunidade e seus fornecedores, incentiva o voluntariado,
etc.

G – Governance (Governança): Como são os processos e políticas da empresa e suas controladas, diversidade no conselho, metodologia de contabilidade, remuneraçãodos executivos, ética, políticas anti corrupçãoe
assim por diante.

O que são Investimentos ESG?

São investimentos que consideram as questões ambientais, sociais e de governança das empresas investidas.
Quais os benefícios de investir em empresas ESG?
Uma questão que tende a permear no mundo corporativo é de que apenas grandes empresas conseguem abraçar iniciativas ESG – um pensamento equivocado, pois “ESG é uma temática para todas as organizações — privadas ou públicas, de todos os portes, setores, segmentos e localidades”. Afinal, todos os negócios impactam o meio social, ambiental, econômico e devem ter governança.
O segundo parágrafo da Lei 13.303, que menciona que a empresa pública ou sociedade de economia mista deve, nos termos da lei, adotar práticas de sustentabilidade ambiental e de responsabilidade social corporativa compatíveis com os mercados nos quais atue.

Benefícios para o Investidor
• Melhor relação risco x retorno;
• Maior transparência das informações;
• Valores que vão além do financeiro: seu dinheiro financiando o que você acredita.

E – Environmental (Ambiental): Como a empresa gera suas emissões de gases de efeito estufa, o consumo de recursos naturais, como água e energia, a produção e descarte correto de resíduos, entre outros fatores.

S – Social: Como a empresa lida com os direitos e desenvolvimento dos colaboradores, garante a segurança no trabalho, promove a diversidade, se relaciona com a comunidade e seus fornecedores, incentiva o voluntariado, etc.
G – Governance (Governança): Como são os processos e políticas da empresa e suas controladas, diversidade no conselho, metodologia de contabilidade, remuneraçãodos executivos, ética, políticas anti corrupçãoe
assim por diante.

Benefícios para a Sociedade
• Impactos positivos nos indicadores ambientais, sociais e econômicos
• como, por exemplo:
• menos poluição, indicando uma melhora na saúde da população e por consequência diminuição dos gastos com a saúde pública e privada e mais orçamento para investimento no setor (do risco à inovação).

Benefícios para as Empresas

  • Melhora desempenho financeiro;
  • Aumenta a confiança do investidor;
  • Garante a fidelidade do consumidor;
  • Fortalece imagem positiva da empresa;
  • Amplia retenção e satisfação de talentos;
  • Reduz custos e desperdícios;
  • Assegura transparência;
  • Mitiga riscos.

Quais as principais diferenças entre ESG e Sustentabilidade? Ambos os assuntos estão fortemente relacionados e, por isso, são frequentemente confundidos como sendo similares. O ESG está
diretamente voltado para o mundo empresarial e a sustentabilidade apresenta um conceito / abrangência maior.
O ESG representa para as empresas a ferramenta e/ou a evidência que expõe para o mercado o seu comprometimento e execução de práticas que demonstram a aplicação dos critérios de Sustentabilidade em suas operações e no seu modelo de gestão.
Enquanto a Sustentabilidade (critérios e/ou diretrizes) têm uma orientação
“de fora para dentro da empresa” trazendo as demandas da sociedade para o modelo de gestão e operação, o ESG (critérios ou pilares) estão orientados “de dentro para fora da empresa”, uma vez que seu principal objetivo é a mitigação dos impactos negativos das ações da empresa e das operações da sua cadeia produtiva, bem como a sua medição e controle através dos indicadores ESG apropriados às atividades
desenvolvidas pela empresa.

A Relevância dos Fatores ESG no Mundo.

Globalmente, mais de US$30 trilhões em ativos sob gestão (AuM, sigla em inglês para “Assets Under Management”) são gerenciados por fundos que definiram estratégias sustentáveis.
Só na Europa são US$14,1 trilhões, equivalente a mais de 50% do AuM total do continente, enquanto nos Estados Unidos esse número já representa ~25%. Nos últimos anos, cada vez mais investidores estão colocando o conceito de “investimentos responsáveis“ como fator decisivo na alocação de recursos e, na
nossa visão, esse movimento deve somente se intensificar adiante.
Nos últimos anos, os investidores em todo o mundo se envolveram cada vez mais com o conceito de “investimento responsável”, impulsionado pela crescente conscientização de questões como mudanças climáticas, diversidade de gênero e impacto do uso de plásticos no meio ambiente.
Embora as discussões acerca dos princípios ESG tenham ganhado notoriedade recentemente no Brasil, quando olhamos ao redor do mundo, fica evidente que a consideração dos fatores ESG não vem de hoje e, mais importante do que isso, que não se trata de uma tendência passageira, mas sim de uma nova realidade.
Esse interesse cada vez maior pela temática ESG tem rapidamente transformado a indústria de investimentos e surtido dois efeitos principais e complementares, detalhados abaixo:

1. movimentação dos investidores preocupados com ESG para portfólios que estejam alinhados com seus princípios;
2. movimentação das empresas na adoção de práticas ESG.
1. Movimentação dos investidores preocupados com ESG para portfólios que estejam alinhados com seus princípios Globalmente, mais de US$30 trilhões em ativos sob gestão (AuM, na sigla em inglês) são gerenciados por fundos que definiram estratégias sustentáveis. Isso representa um aumento de 34% em relação à 2016, de acordo com a Global Sustainable Investment Alliance.
Sem dúvida, a representatividade das diferentes regiões do mundo não é homogênea, dado os diferentes estágios de maturidade em relação à percepção da importância dos fatores ESG e consequente incorporação de estratégias sustentáveis na gestão de ativos. Nesse sentido, temos o continente europeu liderando, de longe, essa corrida.
Dos +US$30 trilhões em ativos sustentáveis sob gestão globalmente, US$14,1 trilhões estão na Europa, montante este que representa mais de 50% do AuM total do continente.
Ainda que esse tipo de investimento já fosse difundido na região há alguns anos, quando olhamos para a taxa de crescimento de 2016 a 2018, os investimentos sustentáveis cresceram 11%.
Olhando para frente, a pergunta que fica é: iremos continuar vendo cada vez mais investidores colocando os fatores ESG como fator decisivo na alocação de recursos?

Na nossa visão, sim!
2. Movimentação das empresas na adoção de práticas ESG“A empresa do futuro é aquela que cuida de todos, não somente dos seus acionistas. Indo além, a empresa do futuro não é aquela que somente gera lucro, mas sim que é capaz de gerar lucro com propósito – e, na nossa visão, as companhias que não entenderem isso, provavelmente ficarão de fora”.
No que se refere ao número de signatários do PRI (Principles for Responsible Investment na sigla em inglês, ou Princípios para o Investimento Responsável, na tradução livre), o Brasil conta com 62 membros atualmente e, na comparação de 2019 com 2018, houve um crescimento de 33%. Ainda assim, o país representa somente ~2% do total de signatários (3.145) do mundo.

Desde 2016, o número de signatários do PRI mais do que dobrou, ultrapassando a marca de 3.000 membros e somando mais de US$100 trilhões em AuM, número 15 vezes maior do que em 2006.
Novamente, destaque para a Europa, que concentra 1.715 instituições signatárias, mais de 50% do total.

Como implementar ESG nas empresas?
Se a sua organização ainda não implementou critérios de ESG na operação, ou sente que ainda não realiza práticas suficientes a respeito do tema, é hora de colocá-lo em ação.
A PGP Consult desenvolveu metodologia que poderá orientar e ajudar na implantação dos critérios do ESG / ASG na empresa. Basicamente nossa metodologia tem por base as etapas a seguir
referenciadas: